SINAP-ESP/AIAP
SINDICATO NACIONAL DOS ARTISTAS PLÁSTICOS
COMITÊ NACIONAL BRASILEIRO DA AIAP
O texto e estudo abaixo sobre o Histórico do SINAP-ESP foi elaborado pelo Itaú Cultural e faz parte da Enciclopédia Itaú Cultural.
Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos de São Paulo (SP)
Outros Nomes: SINAP (São Paulo, SP) | Sinapesp (São Paulo, SP) | Sinapesp. Aiap. Unesco (São Paulo, SP) | Sindicato dos Artistas Plásticos (São Paulo SP) | Sindicato dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo (SP) | Sociedade Paulista de Belas Artes (São Paulo, SP)
Outros Nomes
Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos de São Paulo - Sinapesp
Sociedade Paulista de Belas Artes
Histórico
O Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo tem origem em 1937 e, como associação de classe, visa contribuir para a profissionalização da atividade artística. Sua criação relaciona-se diretamente ao contexto político dos anos 1930, que no plano social estabelece nova legislação trabalhista, beneficiando uma série de categorias profissionais. No caso dos artistas, o sindicato nasce de uma experiência associativa anterior, precisamente da Sociedade Paulista de Belas Artes, fundada em 1921 por Alexandre de Albuquerque (s.d. - 1940). Tal sociedade reúne artistas de São Paulo, atuantes nas mais diversas áreas - pintura, escultura, desenho e gravura - com o objetivo de ampliar e difundir o gosto pelas artes, sobretudo através de exposições. Em 1922, em meio aos acontecimentos que cercam a Semana de Arte Moderna, a Sociedade Paulista de Belas Artes organiza a 1a Exposição Geral de Belas Artes. A segunda ocorre, três anos depois, no Palácio das Indústrias. Além das mostras periódicas, a Sociedade é responsável pela criação de um Conselho de Orientação Artística (1932), pela abertura de um curso livre de desenho em sua sede e pela instituição oficial do Salão Paulista de Belas Artes (1933). A Sociedade Paulista de Belas Artes transforma-se em sindicato em 1937, sob a presidência de Alexandre de Albuquerque até 1940, ano de seu falecimento. Cabe destacar a atuação decisiva dos artistas ligados ao Grupo Santa Helena no Sindicato dos Artistas Plásticos. Autodidatas, vivendo de profissões artesanais, alguns componentes do grupo - por exemplo, Francisco Rebolo (1902 - 1980), Bonadei (1906 - 1974) e Mario Zanini (1907 - 1971) - ocupam cargos de organização e administração de parte das mostras realizadas, na qualidade de membros do sindicato.
Os salões são a atividade mais visível tanto da Sociedade Paulista de Belas Artes quanto do sindicato, mantendo basicamente o mesmo formato nos anos 1920 e 1930. A idéia central dessas coletivas é oferecer aos associados a oportunidade de expor, em um contexto em que as exposições individuais constituem quase um privilégio, inacessível à maioria dos artistas. Os salões abrem suas portas a todos os inscritos, sem seleção prévia de correntes e de orientações. O que não quer dizer que não existam linhas e estilos característicos em cada um deles. No caso dos Salões Paulistas, os depoimentos apontam uma forte inclinação para às obras de formato acadêmico, embora artistas mais comprometidos com as linguagens modernas também tenham lugar nos certames. Nas palavras do crítico Paulo Mendes de Almeida (1905 - 1986): "Seria quase dispensável informar que, enquanto Sociedade Paulista de Belas Artes, a organização se mostrara sempre infensa às tendências do movimento renovador no campo das atividades artísticas. Talvez a própria expressão 'belas-artes', contida na sua denominação, e a que os artistas de vanguarda se mostram alérgicos até hoje, revelasse esse espírito e determinasse aquela atitude. O que não impedia que pintores que jamais poderiam, em qualquer fase, ser considerados acadêmicos, como Vittorio Gobbis, Aldo Bonadei, Mário Zanini e Alfredo Volpi, ali expusessem desde aquele tempo". A história desses salões ao longo dos anos 1920, 1930 e 1940 acompanha a "ascensão dos modernos", afirma Lisbeth Gonçalves, que passam a dominar as mostras.
Os artistas do período se aglutinam em torno de três salões: Família Artística Paulista - FAP (1937,1939 e 1940), Salão de Maio (1937, 1938 e 1939) e Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, que, entre 1937 e 1949, realiza 13 grandes mostras, além de promover exposições menores pelos bairros de São Paulo. Os três Salões de Maio parecem, segundo alguns comentários, mais afinados com o caráter vanguardista do que os salões da Família Artística Paulista. O crítico Geraldo Ferraz, um dos organizadores do Salão de Maio, é um dos que frisam o experimentalismo contra os pintores da FAP, "tradicionalistas, defensores do carcamanismo artístico da Paulicéia". O mesmo juízo parece recair sobre os Salões do Sindicato, segundo alguns, mais abertos à arte moderna do que os antigos Salões Paulistas de Belas-Artes. Diferenças e polêmicas à parte, o fato é que vários artistas participam tanto dos Salões da FAP quanto dos Salões de Maio e dos realizados pelo sindicato. Além disso, a consideração detida dos trabalhos que integram as exposições das agremiações permite localizar, em cada uma delas, a presença de obras de corte acadêmico, ao lado de outras mais afeitas aos procedimentos de vanguarda. O que não impede de observar que os artistas ligados à Semana de Arte Moderna, de 1922, e ao seu legado tenham sido presença forte e constante nos salões de arte dos anos 1930 e 1940.
O 4º Salão Paulista de Belas Artes, de 1938, primeiro sob a rubrica do sindicato, conta com a presença de dois expoentes da Semana de Arte Moderna: Anita Malfatti (1889 - 1964) e Oswald de Andrade (1890 - 1954). A lista dos "modernos" cresce no ano seguinte, no 5º Salão, de 1939: Antonio Gomide (1895 - 1967), Flávio de Carvalho (1899 - 1973), Clóvis Graciano (1907 - 1988), Lívio Abramo (1903 - 1992), Rossi Osir (1890 - 1959), Waldemar da Costa (1904 - 1982), entre outros, que já haviam participado da Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam, do Salão de Maio e da FAP. Em 1942, o 7º Salão é realizado na Galeria Prestes Maia, criada nesse ano. No catálogo, a Comissão Organizadora (da qual fazem parte José Cucê, Bonadei, Mário Zanini, Rebolo, Waldemar da Costa, Cesar Lacanna (1901 - 1983) eBruno Giorgi (1905 - 1993)) destaca o pluralismo da mostra: "Pela primeira vez, estão juntas todas as tendências intelectuais num mesmo ambiente, ambiente elevado...". Neste salão, é montada uma sala especial, a "Sala dos Intelectuais", e são convidados: Alberto Conte, Jenny Klabin Segall (1901 - 1967), Jorge de Lima (1893 - 1953), Luís Martins (1907 - 1981), Paulo Mendes de Almeida, Luís Saia (1911 - 1975), Mário de Andrade (1893 - 1945), Mário Neme, Monteiro Lobato (1882 - 1948), Oswald de Andrade (1890 - 1954), Sérgio Milliet (1898 - 1966) e Menotti del Picchia (1892 - 1988). No 9º Salão, de 1944, é realizada uma homenagem ao 1º Salão Feminino de Artes Plásticas, organizado pela União Universitária Feminina Nacional, por um setor inteiramente reservado às artistas mulheres: Malfatti, Hilde Weber (1913 - 1994), Sophia Tassinari (1927 - 2005), Virginia Artigas (1915 - 1990), Moussia (1910 - 1986), entre outras. No 12º Salão, de 1948, é produzido um catálogo mais bem cuidado, com a reprodução de obras expostas. No ano seguinte, o sindicato realiza seu último salão.
Extintos a Sociedade Paulista de Arte Moderna - SPAM, o Clube dos Artistas Modernos - CAM, o Salão de Maio e a Família Artística Paulista, lembra Paulo Mendes de Almeida, são os salões do sindicato os espaços preferenciais para a divulgação da arte produzida; afinal, ao longo da década de 1940 são eles os únicos salões de arte em funcionamento na cidade de São Paulo. Além de constituírem um espaço privilegiado para a divulgação da produção artística, revelam nomes no campo das artes plásticas nacionais como, por exemplo, o da pintora Maria Leontina (1917 - 1984). Hoje funciona como Sindicato Nacional dos Artistas Plásticos de São Paulo - Sinapesp, parte da Association International des Arts Plastiques - Aiap, da Unesco, criada em 1954, com sede em Paris. Ainda que realize exposições periódicas e conceda bolsas, seu papel primordial é a defesa e proteção dos interesses (sobretudo econômicos) dos artistas. Não parece exagerado afirmar que a presença do sindicato na história das artes visuais nacionais se deva aos salões realizados até a década de 1950.
Fontes de Pesquisa
ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva : Diâmetros Empreendimentos, 1976. 241 p., il. p&b. (Debates, 133).
GONÇALVES, Lisbeth Rebolo. Movimento moderno nas artes plásticas - segunda metade dos anos 30. In: OS SALÕES: da família artística paulista, de maio e do sindicato dos artistas plásticos de São Paulo. Texto Lisbeth Ruth Rebollo Gonçalves. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1976. [72 p.], il. p.b. color.
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. 555 p., il. p&b., color.
SALÃO Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, 9., 1944, São Paulo. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1944.
SALÃO Sindicato dos Artistas Plásticos, 7., 1942, São Paulo. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1942. , s. il.
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